Diário do Perné – 002: A Falta de acessibilidade em Libras no trabalho

Hoje é mais um dia de relatar experiências tristes que tive no dia a dia recentemente. Mas antes do relato, quero convida-los a ler o primeiro desabafo:

Pois bem, a palhaçada e inconsequência com os direitos de acessibilidade não tem fim, tanto é que recentemente quando fui convidado para comparecer numa reunião presencial no meu trabalho, informei que não consigo tirar proveito/ participar caso não haja interprete de Libras, o que no caso é um direito previsto por lei. Me foi respondido que era para comparecer e que eu teria a ajuda.

Chegando lá, havia uma pessoa da gerencia que tinha algum conhecimento em Libras, é verdade. Ele tirou a máscara alegando que seria bom para me ajudar a fazer a leitura labial introduziu a reunião oralmente e a cada 10 palavras e fazia um sinal em Libras. Concluiu e saiu em seguida. O restante da reunião foi com outra pessoa, que ficava praticamente sentada de costas para mim, mexendo no computador e apresentando os slides, aí eu me perguntei: Qual foi a ajuda que eu recebi?

No TJMT os surdos recebem apoio com o projeto INCLUSÃO NO JUDICIÁRIO. Foto: TJMT

É muito importante registrar o quanto magoa, restringe e discrimina o surdo este tipo de ajuda. Tratar a acessibilidade, mesmo que “meia boca” como um favor é questionável. Mais uma vez me pergunto: Até quando?

Está na hora da empresa agir de forma diferente, e agir de modo que a discriminação velada seja coisa do passado.

Etiqueta corporativa inclusiva e o ambiente de trabalho mais produtivo

Profissionais com deficiência devem receber as mesmas condições de inserção, permanência e progresso funcional que os demais colaboradores

Hoje quero compartilhar com vocês este artigo que recebi do Heberton do Grupo Halo, que fala sobre a igualdade e respeito as pessoas com deficiência – pcd, quando no local de trabalho. Afinal, não basta dar a vaga e deixar as pcd fazendo que “dá”, ajudando-as “quando podem”. Não é assim.

Tanto é que no meu local de trabalho, muitas vezes me senti discriminado por falta de desconhecimento dos colegas de como lidar melhor com uma pessoa surda. Vamos ao artigo?

Ser uma organização inclusiva vai muito além de apenas contratar profissionais com deficiência para o quadro funcional com o intuito de apenas cumprir as determinações da Lei de Cotas. E é com essa ideia que o Instituto Ester Assumpção, entidade sem fins lucrativos e sem apoio governamental, que tem o objetivo de promover a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, atua para conscientizar gestores e promover estratégias que fomentem a percepção do potencial produtivo destes indivíduos. E a etiqueta corporativa inclusiva faz parte das ações para promover uma cultura organizacional sem preconceitos e, consequentemente, mais que gere mais resultados.

Reprodução

A psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, Cíntia Santos, afirma que a inclusão é uma via de mão dupla. “Tanto os profissionais com deficiência quanto as empresas têm direitos e deveres. Os colaboradores devem se esforçar ao máximo para desempenhar suas funções e as organizações têm como obrigação zelar por um ambiente favorável, tanto nas estruturas físicas, quanto no clima interno. E isso é possível conscientizando os funcionários e gestores em um trabalho de quebra de preconceitos”, destaca a especialista.

Para a disseminação da etiqueta corporativa inclusiva, Cíntia Santos revela que existe uma série de desafios. “O processo de inclusão de profissionais com deficiência no ambiente de trabalho deve levar em conta as dificuldades que os indivíduos com e sem deficiência enfrentam nessa convivência. É fundamental que, ao incorporar em seu quadro de empregados profissionais com deficiência, a empresa prepare seu público interno e a equipe do Instituto Ester Assumpção coleciona casos de sucesso conquistados através das consultorias realizadas com organizações que precisavam de ajuda para se tornarem mais inclusivas”, conta.

Dicas da especialista

É comum ler e ouvir o termo ‘pessoa deficiente’, mas a psicóloga Cíntia Santos diz que essa não é a melhor forma ao se referir aos indivíduos com a condição. “O correto é dizer ‘pessoa com deficiência’, seguido pelo grupo à qual pertence, como a pessoa com deficiência física e pessoa com deficiência intelectual. No ambiente de trabalho, é mais adequado utilizar a nomenclatura ‘profissional com deficiência’, cuja sigla é PCD. Mas é importante dizer que, ao se dirigir ou se referir à pessoa, deve ser usado seu nome, evitando usar a sua deficiência como uma referência”, diz.

Muitas vezes, é normal que surjam curiosidades sobre a forma como a pessoa com deficiência lida com algumas situações do cotidiano. Porém, Cíntia Santos alerta que o bom senso deve ser um norteador das ações. “Fazer perguntas sobre a deficiência muito pessoais ou íntimas pode ser deselegante, constrangedor e invasivo. Há casos em que é necessário levantar algumas questões, como numa entrevista de emprego, em que as perguntas sobre a deficiência são essenciais para verificar a adequação à vaga oferecida e avaliar a necessidade de adaptações na empresa para receber o profissional contratado”, destaca a psicóloga.

Os colegas do profissional com deficiência podem não saber como ligar nas situações em que a pessoa tiver dificuldades para realizar alguma atividade. A psicóloga destaca que não é preciso ter receio em ajudar. “Se não souber como fazer, peça a ela orientação e respeite seus limites. Não faça nem mais nem menos do que for solicitado. Em situações embaraçosas, saiba que o respeito, aliado à delicadeza, sinceridade e bom humor, sempre ajudam a resolver. Outro ponto importante, principalmente aos gestores, é que o profissional com deficiência deve ser tratado como qualquer outro colega de trabalho. Mas, para isso, é necessário lembrar que as condições de trabalho e tratamento devem ser igualitárias em relação aos empregados com e sem deficiência. Para isso, a organização deve fazer todas as adaptações que o profissional com deficiência necessite para realizar suas atividades, desde rampas de acesso até cursos de formação e aperfeiçoamento, tanto dele quanto da equipe” salienta Cíntia Santos.

E a cultura de inclusão não termina com nas dependências físicas da organização. Cíntia Santos reforça que as atividades envolvendo os empregados não são apenas as realizadas no ambiente de trabalho. “Os compromissos externos, sejam de trabalho ou sociais, que envolvam profissionais com deficiência, como, treinamentos, cursos e confraternizações, devem ser planejados com base na especificidade da deficiência. Os locais e meios de transporte devem possuir condições de acessibilidade, garantindo o deslocamento e a participação em condições de igualdade. Outra situação bem comum é que muitas vezes os profissionais com deficiência precisam de equipamentos e acessórios para suprir suas limitações, como cadeiras de rodas, muletas, bengalas, próteses e guias. Esses objetos são pessoais, e só devem ser tocados e manejados quando solicitado, e claro, com o respeito como norteador de qualquer conduta, E se surgir alguma dúvida no relacionamento com o colega com deficiência no ambiente de trabalho, basta agir com respeito, empatia e bom senso”, completa a especialista.

Instituto Ester Assumpção

Fundado no ano de 1987, o Instituto Ester Assumpção é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos criada por Ester Assumpção, educadora nacionalmente conhecida pelo caráter pioneiro e inovador no campo da educação. A instituição atua no campo da inclusão da pessoa com deficiência e tem como foco contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva, onde a diversidade seja aceita e respeitada na sua integralidade. As principais frentes de atuação são a qualificação e inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e a consultoria para que as organizações se adequem e cumpram o papel social de promover a inclusão.

Site: https://www.ester.org.br 

Instagram: https://www.instagram.com/institutoesterassumpcao/

Facebook: https://www.facebook.com/institutoesterassumpcao/

Assessoria de imprensa:

Grupo Balo – www.grupobalo.com

Heberton Lopes – hlopes@grupobalo.com

Felipe de Jesus – imprensa@grupobalo.com

31 3637 8008 | 31 98988 7616

Vejam também:

Collab: Libras agora está na/ com Tudu

Oi gente, tudo bem com vocês?

Quem me segue no Instagram já sabe que tenho uma novidade. Trata-se de uma Collab que muito representa e me honra.

Acabei de lançar junto com a Tudu uma coleção com camisetas, canecas e moletons com tema Libras. Ainda não tinha tido o tempo para vir aqui contar, mas eu estava super ansioso por este momento.

E aí gostaram? Essas peças e outras nas mas diversas cores e estampas podem ser adquiridas direto no site da Tudu e você poderá ainda ganhar R$ 20 OFF na sua primeira compra no site. Ou ainda comprar 3 camisetas e cada uma saidá por R$ 39,90 cada.

Sobre a TUDU 

Fundada em 2020, a Tudu  é uma retailtech que surgiu com o objetivo de transformar a maneira de vender roupas e outros objetos como canecas, planners e diversos artigos de papelaria e decoração. Com itens fabricados sob demanda, sem desperdício e com material de qualidade, a Tudu trabalha com parceiros licenciados como a Netflix, Hello Kitty, Disney, Marvel, entre outros, e também desenvolve collabs ou coleções fixas com mais de 30 artistas e influenciadores, como Renato Gave, Kika Sato, Mônica Salgado e Ju Ferraz. Nascida dentro da PHOOTO, empresa que ajuda o cliente final a realizar um trabalho customizado de fotos, com mais de 1 milhão de clientes já atendidos e mais de 3 milhões de pedidos realizados desde a sua fundação, a Tudu atua dentro de um processo sustentável de venda que valoriza o artista e o cliente final. Recentemente, foi listada entre 3 startups brasileiras mais inovadoras no ranking da Startup Pill, que destaca as melhores startups de roupas e vestuário do mundo

Magalu lança atendimento em Libras

Acabei de receber a informação que a o Magalu, tem um novo canal de atendimento exclusivo em Libras. É isso mesmo, a partir de agora, o consumidor poderá realizar atendimento pós-venda por vídeo-chamada, com uma equipe formada majoritariamente por surdos treinados exclusivamente para atender clientes em Libras.

De acordo com Gabriela Tornich, assessora de Impressa da marca, a iniciativa, é uma parceria com a startup Pessoalize, e tem como objetivo facilitar o acesso à informação e atuar de forma resolutiva e direta com a comunidade surda que faz uso da Língua Brasileira de Sinais.

Não fiz o teste de atendimento, mas entrei no site para saber onde fica a opção:

“Este projeto está sendo muito importante. Nós surdos sofremos tantas barreiras por conta da acessibilidade, e agora ter essa oportunidade é um sentimento libertador, pois não precisaremos ficar dependendo de outras pessoas para resolver os nossos problemas. Agora, nós mesmos podemos resolver. Ter esse tipo de oportunidade de trabalho onde ouvintes e surdos trabalham em conjunto é gratificante, nos sentimos incluídos, compartilhando as mesmas coisas, aprendendo juntos. Isso sim, é igualdade”, relata Nicolly Neves, surda e integrante da equipe do atendimento em Libras do Magalu.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 10 milhões de cidadãos com deficiência auditiva. O novo canal se sustenta em uma das missões do Magalu, a excelência em atendimento. “Oferecer este serviço em Libras é mais um passo da empresa para inclusão e acessibilidade. Queremos nos adaptar integralmente e sermos cada vez mais eficientes para todos os nossos clientes” afirma Ricardo Querino, gerente de Atendimento ao Cliente do Magalu. 

A Pessoalize, startup de atendimento digital, foi escolhida para fazer parte da construção do projeto, pois é especialista em experiência digital inclusiva. “Nossa missão é conectar marcas e pessoas de forma humanizada, integrativa e inteligente, reduzindo as barreiras digitais de comunicação. Em parceria com a comunidade surda, construímos uma solução resolutiva, tornando o atendimento acessível de verdade.” afirma Joseph Lee Kulmann, CEO da Pessoalize.

Alguns consumidores já utilizaram o canal com a opção de atendimento em Libras. É o caso de Cíntia Santos de Oliveira, de Fortaleza-CE, que experimentou o serviço no dia 5 de janeiro: “Eu me senti emocionada quando do outro lado da tela surgiu uma pessoa para se comunicar comigo em libras. Essa nova opção de atendimento do Magalu tem uma importância muito grande, afinal, quebra muitas barreiras e torna o atendimento mais acessível. A partir de agora eu não vou mais depender de familiares ou de amigos para interagir com a empresa. Me sinto mais leve e segura”. 

O serviço já está disponível, basta entrar no site do Magalu, clicar em “Atendimento” e depois selecionar “Libras”. Lá, o cliente será direcionado para receber atendimento de um agente fluente em Libras. O horário de atendimento desse novo canal é de segunda à sexta-feira, das 9h às 18h, não sendo necessário o agendamento prévio. Além do atendimento em Libras, temos os canais de texto (chat, e-mail e redes sociais) para os surdos que preferem se comunicar por escrito em português. 

Parabéns Magalu, que sejam exemplos para outras empresas!

Release: Nova PR

Entrevista – Jéssica Carrijo

Depois de muitas Entrevistas já publicadas, hoje daremos continuidade a série com a primeira mulher surda.

E a nossa personagem é a Jéssica Carrijo, ela é forte, resiliente e super inteligente.

Ela natural de Mineiros, uma cidade do interior de Goiás. Região do Centro-Oeste do país.

Jéssica Carrijo – Foto: Arquivo Pessoal

A frente do tempo, e cheia de esperanças apesar de todas as dificuldades devido a perda auditiva, Jéssica se formou em Engenharia Civil e luta nas redes sociais por mais acessibilidade, inclusão e respeito a causa surda. Vamos conhecê-la?

  • Você nasceu surda?

Não, nasci ouvinte. Depois de um ano e seis meses de idade comecei a ter perda auditiva em ambos os ouvidos, após de um ano e oito meses de idade fui diagnosticada como surda profunda bilateral.

  • Como foi o processo de tratamento a surdez?

Fiz sessões de fonoaudiologia a partir dos 6 anos de idade, para poder melhorar a minha fala. Não gostava muito de ir, mas hoje entendo que era necessário, pois consigo oralizar minha família e amigos que não sabem Libras.

  • E a libras, quando começou a utiliza-la?

Eu tinha 5 anos de idade quando comecei aprender e descobrir que a Libras é a minha primeira língua, mas me comunicava apenas dentro da escola e não em casa, pois naquela época faltava esclarecimento sobre este tipo de comunicação.

  • Não deve ter sido fácil, e acho que muitos surdos, assim como eu sofrem por falta de informações. Você passou por algum tipo de preconceito?

Sim, já sofri preconceito por ser surda, por me achar incapaz, por me excluir e entre outras negatividades.

Pessoas preconceituosas nunca irão saber o que é sentir na pele de surdos quando sofrem pela realidade no meio da sociedade. Eu desejo muito que estas tenham mais empatia e sensibilidade aos próximo.

  • Ainda assim, você não desistiu. Como foi sua educação?

Me formei em Engenharia Civil e sou especializada em Tradução e Interpretação de Libras. Durante a graduação tive a ajuda de Intérpretes de Libras. Inclusive uma delas me acompanhou por 3 anos e meio, mas por conta da teve que ser substituída, e sofri, pois tive várias trocas de Intérpretes de Libras e sinto que isso me prejudicou muito.

Mas valeu a pena saber dessas experiências para conscientizar, aliás, aprendi muita coisa e sou a grata a Deus por ter concluída a graduação e por tudo que vive e aprendi.

  • Quais seus planos e sonhos para p futuro?

Quero viajar bastante, conhecer outras culturas no Brasil e no mundo. E também continuo estudando e buscando por mais igualdade e respeito para os surdos. E sei que o mundo vai ser melhor.

  • E o que você quer para o mundo hoje?

O que eu quero é que todas as pessoas tenham mais respeito e mais empatia aos próximo. Se todos pudesse aprender Libras, facilitaria muito a comunicação. Todos nós somos iguais, a diferença é a comunicação, mas há estratégia para que o mundo seja mais inclusivo. Então basta cada um aprender.

Obrigado pela disposição Jéssica, muito feliz por saber um pouco de sua história. Muitas bençãos e vitórias em sua vida, um grande abraço!

Leia também nossas outras entrevistas, por exemplo a arte da atriz Débora Olivieri, e o Plus Size de Lilian Machado.

Inclusão dos Surdos na OLX

Com o objetivo de melhorar a experiência dos funcionários com deficiência auditiva na empresa, a OLX Brasil criou o projeto Mãos que Falam. Desde a sua implementação, em 2018, a iniciativa impulsionou o bem-estar e promoveu a inclusão dos profissionais surdos na empresa, engajando também os demais colaboradores sobre a importância do tema.

“Com a pandemia, percebemos que o projeto se tornou ainda mais relevante, a fim de oferecer a todos os colaboradores, a oportunidade de participar de nossos eventos internos e atividades coletivas feitas remotamente”, diz Sergio Povoa, diretor de recursos humanos da OLX Brasil.

Libras

Crédito: KatarzynaBialasiewicz/iStock

No Mãos que Falam, são oferecidos cursos de Libras (Língua Brasileira de Sinais) periódicos, do nível básico ao intermediário, para qualquer funcionário interessado. As turmas reúnem pessoas de diversas áreas da empresa dispostas a aprender a língua de sinais, não apenas as que trabalham diretamente com surdos.

Além dos treinamentos acessíveis, os surdos sinalizantes da OLX têm um plugin de tradução chamado Hand Talk para que consigam realizar seus trabalhos facilmente.

“O nosso processo seletivo não parou durante a pandemia, mas tivemos que fazer algumas adaptações para que se tornasse uma jornada 100% remota. Os profissionais surdos têm o suporte de instrutores fluentes em Libras durante as entrevistas justamente para garantir oportunidades para todos”, explica o executivo.

Segundo uma pesquisa interna da empresa, o desempenho dos funcionários com deficiência auditiva aumentou 90% desde a criação do projeto em 2018. Para os responsáveis do Mãos que Falam, são os relatos positivos que os motivam a continuar a ampliação e aprimoramento da iniciativa.

Oportunidade imperdível para todas idades: Aprender a Língua de Sinais

Muitas pessoas não sabem, mas, desde 24/04/2002, a Libras (Língua Brasileira de Sinais) é reconhecida como a segunda língua oficial do Brasil, assim como o português.

Mesmo assim, só uma pequena população sabe se comunicar em Libras – realidade que faz com que a vida das pessoas surdas (cerca de 9,7 milhões de brasileiras e brasileiros, segundo o Censo do IBGE 2010 ) seja bem mais difícil do que a das ouvintes.

Imagine a seguinte situação: você não fala nem escreve ou lê em japonês e vai passar uma semana no Japão – não tem a mínima ideia de como se pede pra ir ao banheiro ou como se pergunta aonde fica o restaurante mais próximo.

Complicado, não é? Agora e se você tivesse que viver isso todos os dias e no seu próprio país? Saiba das dificuldades dos surdos hoje e aprenda mais sobre os mesmos.

A Libras é a primeira língua dos surdos do Brasil, e a segunda língua oficial do país e aprendê-la é um sinal de amor a estes.

Para quem ama o próximo e quer aprender essa língua, deve saber que as oportunidades são muitas, e do bebê ao vovô, todos da sua família podem aprender. Vamos lá?

Para bebês:

Para Crianças: Apostila super legal e estilizada para crianças está disponível na web. Para saber mais, é só clicar aqui.

Para adolescentes, adultos e idosos: O Curso Libras na prática é indicado para todas as idades, e ainda está a disponível para todos (vagas limitadas).

Oportunidades Bônus:

1 – Já sabe a forma que todos da casa podem aprender e quer dominar ainda mais? Clique aqui para um curso com super dicas.

2 – Ou aqui para fazer um curso ao vivo comigo, 100% para você, com preços especiais para o mês de maio, junho e julho/2020.

Não importa qual sua escolha, e sim a forma unica de amar, falar, ouvir e sentir através das mãos.

Dúvidas, estou a disposição aqui nos comentários ou nas redes sociais. Até breve!

As máscaras faciais e a inclusão dos surdos

O uso obrigatório das máscaras faciais proporciona proteção em tempos de pandemia do novo coronavírus – COVID19.

Mas, ao mesmo tempo, é um desafio para a comunicação de pessoas surdas, já que o item cobre a boca e impede a leitura labial.

Uso da proteção dificulta leitura labial e das expressões, dizem pessoas com deficiência auditiva.

Embora a grande maioria tem se esforçado para usa-la e obedecer o decreto para minimizar a contaminação do COVID-19, está sendo bem difícil entender o que é dito nos serviços necessários para minha vida. Eu mesmo já tive várias situações em que eu não conseguia entender a pessoa: minha diarista, uma recepcionista do psiquiatra, e até uma fonoaudióloga.

Mas já algum tempo bem antes da pandemia, alguém inventou a máscara com material transparente, de modo que um surdo seja capaz de fazer a leitura labial, caso este ache assim importante.

E encontrei várias pessoas de bom coração e que se preocupam com a dificuldade dos surdos em entender o que é dito devido as máscaras, e adotaram a ideia das mascaras com “visor” transparente. Olha só a equipe Emily e Igor:

E a parte mas legal é que a cada duas máscaras vendidas, eles doarão uma, para que não tem condições de comprar. Legal né? Clique aqui para ver o vídeo do Igor falando do projeto. E aqui para assistir o da Emily que também está no instagram “Mãos que rompem o silêncio”, e tem ajudado outros a aprenderem libras.

ANAC reconhece a atuação de pilotos surdos na aviação do Brasil

Via blog do Hand Talk, apenas compartilhando:

Se você já acompanha o Blog do Hugo, deve ter percebido que a gente ama compartilhar notícias boas! Mas se é novo por aqui, te convidamos a ler esse e outros textos que contam histórias inspiradoras da cultura e vitórias da comunidade surda. 

Há algum tempo estamos acompanhando a luta do João Avião, o primeiro piloto surdo do Brasil. Ele fundou a Associação Nacional de Aviação de Surdos (ANAS), a primeira na América do Sul, para que pilotos surdos ganhassem visibilidade e pudessem operar voos comerciais no Brasil. Desde sua fundação, projetos foram apresentados para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e até para órgãos internacionais como a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Projetos estes que não são apenas voltados para beneficiar os pilotos surdos, mas também para garantir a saúde auditiva e direitos do piloto ouvinte.

Dados tantos esforços, uma grande conquista já pode ser comemorada! No dia 04 de dezembro de 2019 foram publicadas duas emendas a regulamentos da ANAC, que passaram a permitir a atuação de pilotos surdos na aviação civil brasileira! Assinadas pelo presidente da Agência, José Ricardo Botelho, elas alteram os regulamentos RBAC-61 e o RBAC-67 que abordam questões sobre licenças, habilitações e exames médicos para os pilotos do Brasil.

Antes do primeiro voo, o profissional deverá ser submetido e aprovado em um exame prático especial por modelo de aeronave, para verificação da capacidade do candidato em reconhecer a perda de potência ou falha de motor e emergências com um trem de pouso retrátil. 

O piloto surdo não poderá atuar em aeroportos controlados ou internacionais e também com o transporte remunerado de passageiros. No entanto, eles poderão atuar nos voos em que aeronaves não necessitem do uso de rádios para comunicações bilaterais, e em sua licença e certificados deverão conter a observação: “Não válido para voos que requeiram a utilização de rádio comunicação”. Isso significa que eles poderão atuar em áreas em que o uso desse tipo de equipamento nas aeronaves não seja necessário, trabalhando, por exemplo, como Piloto Agrícola, o que antes não era permitido.

Essas alterações, que podem parecer pequenas, mas que representam um grande avanço da aviação brasileira, devem ser celebrada por todos nós. E a luta não para por aí! João está batalhando para que os pilotos possam ser reconhecidos na aviação em todos os países do mundo, tendo permissão e liberação como profissionais.

A gente já deu primeiro passo aqui no Brasil! E quem sabe não poderemos ver mais surdos ocupando lugares que antes não tinham espaço ou em que pessoas acreditavam que eles não seriam capazes. Ainda existe muita exclusão, mas conquistas como essa aquecem nossos corações e nos fazem refletir que a mudança depende de nós. 

As fabulosas Mulheres Surdas

O mês de março já começou, e muitos meios de comunicação costumam lembrar da luta das mulheres, por direitos iguais. O nosso blog não fica de fora, tanto é que encontrei muitas postagens sobre grandes mulheres surdas que são exemplos para todos nós.

Mas antes falar individualmente de cada exemplo, é importante lembrar que os direitos das mulheres surdas são os mesmos de todas as outras mulheres, e que a visão da mulher surda como diferente da mulher ouvinte e da mulher deficiente, visto ela ser usuária de língua de sinais e necessitada de comunicação visual.

Tanto é que o site Por Sinal, registra que a política para as mulheres surdas é uma política linguística que exige a presença de um intérprete de Libras nas escolas e universidades, em setores de saúde, delegacias de mulheres, legendas em filmes, filmes em língua de sinais.

E longe do mundo ideal, 8 corajosas mulheres surdas ficaram na história da igualdade e inclusão. Vamos conhecê-las?

E de fato, diariamente estamos rodeados de mulheres surdas e ouvintes que destacam e lutam para um mundo melhor.