Diário do Perné – 001: O preconceito ao Surdo no trabalho

Hoje vou iniciar essa série. Um diário em que falo o que der na telha, o que sinto e o que penso, e realmente o que precisa ser dito.

E querem saber? Estou realmente cansado, frustrado e mais uma série de palavras relacionadas.

A falta de acessibilidade no Brasil não é pra amadores, e o preconceito e a desinformação reina absolutamente com sua grandeza, orgulho e incompetência. Digo isso, principalmente de pessoas ligadas ao setor de recursos humanos no meu trabalho, que tem uma cabeça tão pequena, e uma vontade menor ainda de me ajudar a crescer na empresa como ser humano e profissional surdo.

Muitas vezes parece que muitos escolhem a segunda opção: SER INCOMPETENTE.
Imagem: Reprodução da Internet

Estou lá a 15 anos, entrei como surdo, na vaga determinada pela lei para pessoas com deficiência. Mas na época minha perda auditiva não era tão ruim como agora, mas eles não são capazes de compreender isso.

Quando na convocação ficamos por quase 3 meses em curso preparatório exigido para o cargo em Belo Horizonte, e já iniciei minha jornada inclusiva na empresa discriminado, a justificativa era que não podia ter interprete pois ainda não éramos funcionários (havia outro surdo na turma).

E agora, 15 anos depois, o vexame prevalece, e o preconceito velado na empresa ainda existe, e hoje tenho que provar que sou surdo e realmente preciso de interprete para reuniões e cursos.

Me sinto explorado, e descartado, como se anos de trabalho duro não valesse a pena, e viro piada para os profissionais de Rh e para colegas de trabalho quando peço mais compreensão e acessibilidade.

Veja também:

Vamos mudar o mundo? – Por Dariane Vale

Oba, mais uma dica maravilhosa da minha querida amiga Dariane Vale, espero que gostem, e mudem vossos mundos:

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Curso de libras disponibilizado pelos Correios ultrapassa meta

Bom dia,
Como já sabem trabalho nos Correios e o ano de 2012 foi bem produtivo se comparado a 2011 no que trata-se da disseminação da Língua de Sinais: cerca de sete mil empregados dos Correios concluíram o curso introdutório à Língua Brasileira de Sinais — Libras.
Com isso, a empresa dá um importante passo em direção à inclusão de pessoas com deficiência auditiva por meio da comunicação com clientes e população em geral.
De acordo com decreto do Governo Federal, todas as empresas concessionárias de serviços públicos e órgãos da administração pública federal devem garantir às pessoas surdas ou com deficiência auditiva tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais. Nos Correios, a meta era a capacitação de 5% dos empregados, mas a empresa ultrapassou essa porcentagem em cerca de 20% antes do prazo previsto. Este número é resultado do curso “Libras como segunda língua”, que é oferecido pela UniCorreios, em parceria com o Instituto Federal de Santa Catarina, na modalidade a distância.
Infelizmente, está disponível via intranet somente para empregados. De qualquer forma, já é um degrau andando. O que não quer dizer que ainda seja o ideal, antes nossa empresa, estamos longe disso. É necessário multiplicar treinamentos presenciais e incentivo por parte do corpo gerencial, que ainda é dirigido por apadrinhamento político e não por competência. O que não quer dizer que estes são incompetentes, não todos. Alguns realmente são totalmente competentes e capazes. Que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos seja cada vez mais associada a credibilidade e a ações de inclusão social. Como já disse, é um passo dado. Parabéns!