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Filme: Libras É Merda?

O enredo do curta-metragem tem um quê de “sentido na pele”. Após maltratar um surdo, a protagonista se vê lançada, de uma hora para outra, num mundo onde todos só se comunicam pela língua de sinais. Ninguém fala. Ela acaba sendo presa pela polícia por engano e tenta explicar — em bom português — que não tem nada a ver com o crime do qual é acusada. Suas palavras, porém, não significam nada para os policiais. Os sinais que eles fazem com as mãos tampouco fazem sentido para ela. Percebendo-se um peixe fora d’água nesse mundo de surdos, e a personagem surta.

Filme “Libras É Merda?”: personagem ouvinte é transportada para realidade onde todos conhecem apenas a língua de sinais (imagem: Reprodução)

— Com essa inversão de papéis, transformando os surdos em maioria e os ouvintes em minoria, busco fazer a sociedade sentir o quão sofrida é a vida do surdo. Por não haver acessibilidade linguística, ele não compreende nem é compreendido — explica Johnnatan Albert, no filme Libras É Merda? que foi lançado em abril em Brasília, numa mostra de curtas-metragens produzidos por surdos, e deverá ser exibido em outros festivais pelo país.

O desconhecimento de idioma e a comunicação truncada dão as cartas no filme. Direção, roteiro, fotografia e operação de câmera a cargo de Johnnatan Albert.

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Os surdos destinados ao “Inferno da fala”

A confusão atordoa os olhos, braços giram qual moinhos de vento num furacão […] A regra era que todas as comunicações fossem orais. Nosso jargão de sinais, obviamente, era proibido. […] Mas aquela regra não podia ser imposta sem a presença dos funcionários da escola. O que estou descrevendo não é o modo como falávamos, e sim como conversávamos entre nós quando nenhuma pessoa ouvinte estava presente. Nesses momentos, nosso comportamento e nossa conversa eram muito diferentes. Relaxávamos as inibições, não usávamos máscara.”

Surdo aos oito anos, o menino David Wright escreveu sua rotina na Northampton School, uma escola especial da Inglaterra. “Uma das implacavelmente dedicadas, mas equivocadas, escolas ‘orais’, que se preocupam sobretudo em fazer os surdos falar como as outras crianças e que causaram muitos danos a indivíduos com surdez pré-linguística desde o princípio”, nas palavras do neurologista Oliver Sacks.

No livro “Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos”, Sacks conta como a proibição quase doentiamente feroz, “soberba”, à língua de sinais desenvolvida pelas próprias crianças surdas na escola retardava seu desenvolvimento. O objetivo das escolas era nobre: desenvolver aquelas crianças. O problema foi a imposição da ferramenta, com uma total cegueira para suas próprias capacidades: vocês precisam falar a nossa língua.

Foi de um abade, Charles-Michel de l’Epée, que veio uma transformação significativa: ele percebeu como os surdos pobres que vagavam por Paris se viravam bem usando uma língua de sinais nativa. E foi criando um sistema de sinais – uma combinação da língua de sinais nativa com a gramática francesa traduzida em sinais – e sua escola, fundada em 1755, permitiram pela primeira vez que alunos surdos lessem e escrevessem em francês e, assim, pudessem aprender.

Enquanto ensinar o surdo a falar exigia um professor dedicado a um único aluno, por muitos e muitos anos, e criava, na melhor das hipóteses, um analfabeto funcional, o abade conseguia educar alunos às centenas com seu método em pouco tempo.

A realidade foi mudando e a então linguagem de sinais podia ser aprendida rapidamente e restando tempo para a educação tradicional, permitindo que eles chegassem a um nível de instrução equiparável ao dos ouvintes. L’Epée tinha um objetivo prático: ele não tolerava a ideia de os surdos morrerem sem conseguir se confessar. E sua vitória veio do fato de, com base nesse propósito, encarar os surdos e a sua linguagem não com desprezo, mas com reverência.

A história, o progresso e a tecnologia chegaram. Existem até leis que nos ensinam e favorecem a inclusão dos surdos, e que hojepodemos aprendermos que os surdos podemos de fato devem sair do “inferno” solitário do mundo opressivo de ter que ouvir e falar.

Ainda assim, mas ainda há profissionais que insistem que os surdos devem falar e não serem felizes. Ainda há empresas que não seguem as leis e não garantem interpretes ou no mínimo dignidade para seus funcionários e clientes. Até quando nesse inferno?

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Mais Inclusão: Os Desejos de Make e o Boticário em Libras!

A Plataforma de vídeos de maquiagem do Boticário acaba de ganhar versão acessível em Libras

Se tem algo que podemos dizer que é democrático é a maquiagem. Você usa para se sentir bonita, para realçar o que você tem de melhor, para esconder detalhes que não te agradam ou pode não usar nada também e continuar se amando – o poder de escolha é todo seu!

O Boticário é uma marca que preza por conversar com todos os públicos e respeita o que cada um traz de diferente, afinal, é isso que faz cada consumidor ser único. Pensando em tudo isso, a marca viu a oportunidade de criar conteúdos exclusivos e acessíveis para uma galera que também ama make, mas que nem sempre conseguia absorver tudo que já existia no canal da marca – o Desejos de Make. Agora o show da vez é que nós surdos e deficientes auditivos e também deficientes visuais têm um canal dedicado para produzir vídeos e tutoriais de beleza com audiodescrição, legenda e intérprete de libras, de modo possam aproveitar todos os detalhes da plataforma.


Os conteúdos do canal Desejos de Make contam agora com audiodescrição, legenda e intérprete de libras para ensinar o passo a passo de maquiagem.

A versão acessível já está disponível e traz maquiagens inspiradas nas principais dúvidas do público. A pré-estreia da plataforma contou com a influenciadora Tainá Borges, deficiente auditiva, que fez um tutorial em libras. Além disso, a convidada explicou sobre a importância da inclusão nas plataformas digitais.
“Nossa intenção não é diferenciar os canais. O Boticário acredita na beleza das relações, valoriza e respeita a diversidade. Damos condições para que todas as pessoas tenham acesso aos mesmos direitos e oportunidades, independentemente de gênero, identidade de gênero, idade, religião, condição física, estado civil, nacionalidade, convicção política ou condição sexual”, comenta Cathyelle Schroeder, gerente de Branding e Mídia da marca. Quer conferir o canal?
https://www.youtube.com/channel/UCl6U2jxSMaL8ZObjKy1MIBw

Sobre O Boticário:
O Boticário é uma empresa brasileira de cosméticos, do Grupo Boticário e foi inaugurada em 1977. Presente em 15 países, há mais de 40 anos desenvolve produtos com tecnologia, qualidade e sofisticação – seu portfólio tem mais de 850 itens de perfumaria, maquiagem e cuidados pessoais, e conta atualmente com mais de 3.700 pontos de venda, em 1.750 cidades brasileiras, e mais de 900 franqueados.

Release: O Boticário Goiás – FatoMais Comunicação

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A Língua escrita de sinais

Você sabia que existe a Língua escrita de Sinais? Pois saiba que sim, e trata-se do SignWriting.

Olha que gracinha!

E ela consiste basicamente num sistema de escrita da língua de sinais, que foi criado por Valerie Sutton em 1974, e é capaz de transcrever a línguas de sinais do mesmo modo que o Alfabeto Fonético Internacional é capaz em relação as línguas faladas. Ou seja, o SignWriting pode registrar qualquer língua de sinais do mundo sem passar pela tradução da língua falada. Cada língua de sinais vai adaptá-lo a sua própria ortografia.

Existem, inclusive, títulos de livros infantis que empregam tanto o português, quanto o SignWriting, além de recontar histórias clássicas a partir de personagens surdos como é o caso de “Rapunzel Surda” e “Cinderela Surda”, além do Onze histórias e um segredo – Desvendando as Lendas Amazônicas.

Rapunzel Surda – Um livro que emprega tanto o português, quanto o SignWriting.
Imagem: Reprodução

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Min e as mãozinhas- o Desenho Animado em Língua de Sinais

A novidade da semana, que só soube hoje, é que o brilhante Paulo Henrique dos Santos, que até então nem conheci, e que trabalha com animação há sete anos, decidiu criar um desenho inteiramente em Língua Brasileira de Sinais  (Libras)

Apenas para início de conversa, a surdez atinge quase dez milhões de pessoas no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. E faltam alternativas na indústria cultural infantil para esse público, diz Paulo que teve a ideia quando tentou conversar com uma pessoa surda e não conseguiu.

Em cada um dos capítulos, serão ensinados cinco sinais de Libras. O conteúdo é voltado para crianças de três a seis anos e tem o objetivo de educar e apontar que as crianças surdas também se divertem e têm as mesmas necessidades daquelas com a audição preservada.

O episódio piloto foi lançado no YouTube nesta quarta-feira, 26, data marcada pelo Dia do Surdo. “Cada um tem a sua língua. O gato fala ‘gatês’, o elefante fala ‘elefantês’, e poir aí vai. Mas com tantas línguas diferentes, é difícil entender o outro”, diz a legenda do canal Min e as mãozinhasno YouTube.

O canal ainda não tem patrocínio mas, se conseguir, Paulo pretende produzir e lançar mais 13 episódios para a primeira temporada. Ele já participou da produção de desenhos como Turma da Mônica e Sítio do Pica-pau Amarelo.

Parabéns Paulo, nos surdos estamos emocionados pelo seu empenho e nos sentimos muito gratos. Sucesso para “Min” e as Mãozinhas.

Aprenda a Língua de Sinais! Baixe gratuitamente nosso post da Mini aula:

As sete novas de setembro

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O aparelho auditivo “Ohren Goiânia”

Usar aparelho auditivo, será que pode não ser legal? Pode ser um incômodo? Pode ser esteticamente muito feio ou muito lindo?

Sim, Não e Depende para todos estes questionamentos.

Pra começar gostaria de esclarecer que o que realmente não é legal é não poder aproveitar plenamente todo o potencial da audição humana.

Incômodo é estar rodeado de pessoas e não poder entender o motivo das risadas.

E feio é conhecer pessoas que possuem a capacidade de caracterizar um aparelho auditivo, é altamente benéfico para um surdo como fora dos padrões de estética.

Não é legal ouvir pouco, assim como também não é legal ouvir demais, porém é importante frisar que qualquer incômodo relacionado ao uso de um aparelho auditivo tem mais a ver com tempo, paciência e adaptação correta feita por um profissional qualificado.

Não acredito que exista padrões de beleza, pois assim como na moda existe espaço para os mais diversificados gêneros, cores e tamanhos, foi desenvolvido diferentes modelos de aparelhos auditivos, com tamanhos, cores e tecnologias diferentes que com certeza você poderá encontrar uma que mais se adequa a sua necessidade.

Me chamo Thiago, tenho 33 anos e estou também no meu blog pessoal, que também falo abordo sobre minhas tristezas e alegrias, conquistas e tantos desafios de ser surdo, além de trazer dicas de cultura, viagens, moda e saúde.

Em Goiânia encontrei a Ohren, uma empresa séria com profissionais qualificados que me atenderam tão bem que quando relatei a minha satisfação a gerência, fui convidado a relatar minha experiência de anos de uso de aparelhos auditivos e tudo relacionado ao meu mundo surdo.

Mas e você, vamos começar cuidar da sua saúde auditiva hoje? Conte conosco!

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Livro: ABC em Libras da Panda Books

O mês de setembro é muito especial, e como já dito por aqui é o mês que comemora-se o Dia dos surdos. E assim, estamos repletos de novidades e dicas do mundo surdo. E o que eu acabei de receber aqui é o livro: ABC em Libras da editora Panda Books.

 

De Benedicta A. Costa dos Reis e Sueli Ramalho com Ilustrações de Fábio Sgrori, o livro garante que as crianças (e adultos) possam aprender muito da Língua de Sinais. Com muita animação conta todo o alfabeto e belas ilustrações. Um obra com preço acessível e que super indico. Amei mesmo!

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A Língua Brasileira de Sinais – Origem e Curiosidades

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Criando bons hábitos de leitura nos pequenos

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A Língua Brasileira de Sinais – Origem e Curiosidades

Para uma sociedade justa e inclusiva é essencial a empatia e o esclarecimento. E para quem não sabe o mundo surdo pode ser tão triste, e silencioso e bem quieto, como se imagina. Hoje mesmo estava pensando nas quantas oportunidades que já perdi por apenas não escutar bem, ou por vergonha de pedir para a pessoa repetir mais de uma vez.

Mas não é o fim do poço e graças a Língua Brasileira de Sinais eu posso ouvir e falar com a mãos.

E para quem não sabe, a Língua de Sinais – Libras, diferentemente do que aconteceu com a Língua Portuguesa, que tem como língua mãe o português de Portugal é de origem francesa, tendo como língua mãe a Língua Francesa de Sinais. E foi em 1857 que, a pedido de Dom Pedro II, o conde francês Hernest Huet, que era surdo, veio ao Brasil com a missão de abrir a primeira escola para surdos do País. Os surdos daqui que já possuíam alguns sinais para se comunicar, incorporaram à sua Língua os sinais da Língua Francesa de Sinais, dando origem a Libras. Que se tornou um meio de comunicação oficial do Brasil. Sim, e ela é uma língua viva que como qualquer outra e está todo o tempo mudando, melhorando e incorporando novos sinais

Oficializada

Conforme já falamos aqui de acordo com a lei brasileira, a Língua de Sinais, possui o mesmo status que o português. E é uma língua completa (e não linguagem), com estrutura gramatical própria. Na Libras, por exemplo, não existem tempos verbais ou artigos – a organização das informações é totalmente diferente do português. Além disso não só os sinais são importantes, mas também as expressões faciais e corporais. Dependendo do sinal, ele pode ser “igual” nas mãos, mas com movimento, ou uma expressão diferente, pode mudar todo o sentido de uma frase.

Universal

Como qualquer outra língua, cada local tem seu desenvolvimento próprio. Por exemplo, nos Estados Unidos a língua de sinais utilizada é a American Sign Language (ASL) e em Portugal é Língua Portuguesa de Sinais (LPS), ambas são diferentes da Libras. As línguas de sinais têm direito inclusive a regionalismos, assim como temos aipim, macaxeira e mandioca, também há sinais diferentes para a mesma palavra dentro do mesmo país.

 

Acessibilidade

Infelizmente, quase 70% dos surdos no Brasil não compreendem bem o português, por ter sua primeira língua como a Libras. Então, entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). E o legal é que ela promove mudanças significativas em diversas áreas como educação, saúde, mobilidade, trabalho, moradia e cultura. Uma das conquistas importantes é do acesso a informação, agora que os sites precisam estar acessíveis. Além disso, como também já conversamos, é exigido que os serviços de empresas ou órgãos públicos ofereçam acessibilidade para as pessoas com deficiência.

O sinal pessoal

No caso da Língua Brasileira de Sinais ao invés de fonemas e palavras faladas, são usados sinais para palavras, ações e todo o tipo de comunicação. E claro, também para os nomes! Todos os surdos que usam a Libras para se comunicar tem um sinal próprio, geralmente relacionado à sua aparência, característica ou personalidade.

Os ouvintes também podem ter sinais! Mas, devem sempre ser batizados por surdos! E se você parar para pensar nisso, faz todo o sentido do mundo! Em português e na absoluta maioria das línguas orais do mundo, os nomes são palavras, compostas por letras e fonemas. Mas, como isso pode fazer sentido para quem não usa fonemas para se comunicar?

Leia também: 

Os Mitos e as verdades da Surdez – “Os surdos que só escutam quando querem”

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Artigos sobre Inclusão, Surdez e Língua de Sinais

Libras_BlogdosPernés

Libras: Oi 

Libras_BlogdosPernés

Tudo bem?

Olá, tudo bem? Como vão vocês?

Como devem saber, tenho deficiência auditiva, mas aprendi a utilizar a voz para me comunicar antes de perder a audição. Por isso a Língua de Sinais é a minha segunda língua, sendo a primeira a Língua Portuguesa.

Digamos que por isso, eu tive sorte, pois a situação da maioria dos surdos, são extremamente diferente, pois há muitas barreiras. E para refletirmos sobre a dificuldade de comunicação da sociedade com os surdos, por desconhecerem a sua língua materna, convido-os para ler os artigos já discutidos aqui no Blog, todos eles, podem ser visualizados a partir do Menu:  Inclusão Social e Acessibilidade. Está nele também artigos para aprender a Língua de Sinais, bem como artigos para entender melhor a Inclusão Social de pessoas com Deficiência. Entre muitos posso destacar:

Ver é ouvir!

Meu Mundo Inclusivo

Sou surdo, mas tenho voz e exijo respeito – Mitos e Verdades!

O alfabeto da Língua Brasileira de Sinais

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O alfabeto da Língua Brasileira de Sinais

Este é o alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais, e é também a primeira lição a aprender para conversar com pessoas surdas. Vamos aprender?

O alfabeto da Língua Brasileira de Sinais Fonte: Reprodução

 

Você sabia:

  • Sabia que cada país tem a sua Língua de sinais?
  • Nem todos os surdos se comunicam em Língua de Sinais?
  • No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais é a segunda língua oficial do país?

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Como ajudar pessoas cegas!

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