Você já sonhou com um lugar sem nem saber onde ele ficava? Desde criança, eu carregava uma imagem na memória: Tonha, vivida por Yoná Magalhães, caminhando pelas dunas ao som “Uma Nova Mulher”, em uma cena da novela Tieta, da TV Globo.
A novela original foi exibida em 1989, mas provavelmente foi numa reprise — talvez em 1994, no Vale a Pena Ver de Novo — que essa cena me marcou. Ela usava uma roupa azul, caminhava entre dunas, em um cenário que me parecia mágico. Na época, eu não sabia onde era aquele lugar. Só sabia que queria estar ali um dia.
Anos depois, ao ver fotos e vídeos dos Lençóis Maranhenses, veio o estalo: era isso. Ou pelo menos, era o que o meu coração associava, já que é bem improvável que as locações para a cena teria sido ali. Mas enfim, as dunas, a luz do sol, a areia branca… Aquilo era o cenário do meu sonho de infância. Vieram os anos, os adiamentos, as frustrações.
Em 2024, cheguei a comprar passagem, mas a companhia aérea mudou as datas diversas vezes e, depois de muita tentativa frustrada, implorei o cancelamento. Eles sequer me devolveram o dinheiro. O sonho parecia cada vez mais distante…
Mas Deus tem seus tempos. Em 2025, tudo se alinhou.
Na quarta-feira, 28 de maio, saí de São Luís rumo a Santo Amaro do Maranhão, com meu amigo Luiz Henrique, que veio de São Paulo. Pagamos R$ 175,00 no transfer que incluía o transporte, o passeio 4×4 nas dunas e até o almoço. As horas de estrada não diminuíram minha expectativa. Quando cheguei e vi aquela paisagem… foi difícil conter a emoção.
A areia era fina, branca, e as lagoas de águas doces e cristalinas brilhavam sob o sol. Fechei os olhos e agradeci. A criança dentro de mim estava ali. O cenário que imaginei, que desejei por tantos anos, agora estava diante de mim. Talvez não fosse o mesmo lugar da novela, mas era o lugar do meu coração. Ali, eu entendi: o sonho não era apenas geográfico. Era espiritual. Era poético.
Na quinta-feira, fizemos o passeio de voadeira — como eles chamam os barcos — por várias lagoas. O dia foi cheio. Começamos visitando a Lagoa das Américas, e a belíssima Lagoa do Jalapão. As águas, mornas e tranquilas convidavam a mergulhar e esquecer do mundo. Era como nadar dentro de um cartão postal.
Depois fomos almoçar. O local era simples, e a comida nem era boa, mas tinha as redes para descanso entre árvores — o que salvou a experiência: R$ 85,00 com refrigerante. Mas a vista compensava. Voltamos para as lagoas, nos refrescamos mais um pouco e terminamos o dia no Jalapão . Ficamos até o pôr do sol. Um espetáculo.
O passeio de barco completo custou R$ 135,00 por pessoa e valeu cada centavo.
Um detalhe importante…
Santo Amaro é um lugar simples. As pessoas são humildes, acolhedoras, e muitas delas estão tão aptas para o atendimento público.
E os serviços não seguem horários certinhos. Os guias mudam de ideia, os horários atrasam, nem sempre as promessas do passeio são cumpridas como anunciado. Mas tudo isso faz parte da experiência — um certo caos tropical que pode até carregar charme, mas também testar a paciência.
Dias anteriores: praia, história e calor humano
Na segunda-feira, antes de tudo, eu explorei as praias da região. Ainda estava sozinho, mas foi um dia leve. Almocei num restaurante local, comi muito bem, caminhei, respirei. Já estava feliz por estar ali.
Na terça-feira, Luiz Henrique chegou e fomos conhecer o Centro Histórico de São Luís. Caminhamos muito, rimos, tiramos fotos e aproveitamos. É um lugar cheio de história, arte e cultura.
Quanto gastei
No total, gastei pouco mais de R$ 3.500,00, incluindo:
- Passagens aéreas
- Hospedagem
- Transfer ida e volta
- Passeios
- Alimentação
- Lembrancinhas e despesas extras
Um sonho virou realidade
Esse foi o resumo dos primeiros dias da minha jornada pelos Lençóis Maranhenses. Ainda tem mais o que contar, mas já deixo registrado: valeu a pena cada centavo, cada espera, cada lágrima e cada oração.
Sonhar é de graça. Mas viver o sonho é um presente que só o tempo — e Deus — podem nos dar.
📍 Santo Amaro do Maranhão – Lençóis Maranhenses
🔗 Cena da novela Tieta no YouTube