Aplicativo móvel traduz fala para Língua Brasileira de Sinais

O ProDeaf anunciou no dia 02 de abrila disponibilização ao mercado brasileiro do primeiro aplicativo para smartphones capaz de traduzir fala para a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Desenvolvido pela companhia pernambucana, o projeto é fruto de um investimento de R$ 500 mil, feito pelo ProDeaf – com financiamento do Sebrae e do CNPQ -, e do patrocínio do Grupo Bradesco Seguros.

De acordo com o CEO do ProDeaf, João Paulo Oliveira, o desenvolvimento do aplicativo levou 2 anos e contou com a participação de 12 profissionais, incluindo designer, intérpretes, linguistas e programadores, liderados por ele, pelo Chief Operations Officer Flávio Almeida, e pelo Chief Technology Officer da companhia, Amirton Chagas. O projeto contou ainda com a participação de colaboradores surdos das empresas do Grupo Bradesco Seguros. “A comunidade surda atuou nos fornecendo feedback para chegássemos a este resultado”, explica Oliveira, lembrando que as primeiras versões do aplicativo não agradaram aos avaliadores surdos. “Os feedbacks nos ajudaram a melhorar o produto até chegarmos à versão que colocamos agora no mercado”.

O aplicativo ProDeaf Móvel chega ao mercado pronto para a plataforma Android e, nos próximos meses, serão disponibilizadas versões para as plataformas iOS e Windows Phone . A versão atual está disponível no Google Play ou diretamente no site da companhia, no link prodeaf.net/download, podendo ser baixada gratuitamente. “Os custos operacionais da distribuição do aplicativo estão sendo subsidiados pelo Grupo Bradesco Seguros, que com isso está levando a tecnologia aos surdos de forma gratuita”, ressalta Oliveira.

Nesta versão, o aplicativo reconhece a voz do usuário e traduz a fala diretamente para Libras, executada por um personagem na tela do celular. Para isso, ele usa como base um dicionário de cerca de 3.700 sinais. Mas isso não deve parar por aí. Já está nos planos do ProDeaf o aumento do número de sinais e a regionalização de sua base, permitindo o uso de sinais específicos de determinadas regiões do Brasil.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil 10 milhões de surdos, e, deste total, 2,7 milhões não conhecem a língua portuguesa. O ProDeaf Móvel é útil, justamente, para eliminar esta barreira de comunicação que há entre ouvintes e surdos, especialmente entre pessoas do mesmo convívio social, como parentes e amigos.

O objetivo do Grupo Bradesco Seguros foi abraçar a causa da comunicação e da acessibilidade e ajudar os surdos na interação com as pessoas de seu círculo social. Um parente ou amigo pode usar o seu celular para transmitir uma mensagem que será compreendida pelo surdo. Nos testes que fizemos, eles ficaram muito contentes com a solução, pois muitos familiares e amigos não conhecem a linguagem Libra.

A expectativa é que sejam realizados 30 mil downloads no primeiro mês de disponibilidade do aplicativo. O executivo lembra que o ProDeaf – que já fornece ferramentas para tradução do conteúdo de sites para Libras – ainda deve investir muito em pesquisa, principalmente na área de reconhecimento de sinais. “Em alguns anos planejamos publicar ferramentas que permitam a comunicação com surdos em 2 vias, traduzindo português para Libras e Libras para português”, afirma Oliveira.

Muito do rápido desenvolvimento do ProDeaf no mercado brasileiro deve-se às parcerias estratégicas estabelecidas pela companhia até o momento. A Microsoft, por exemplo, é a responsável pelo suporte de infraestrutura, computação em nuvem e softwares, atuando também no desenvolvimento tecnológico e consultoria. Outro parceiro estratégico é a Wayra, aceleradora de empresas da Telefônica, que é hoje sócia do ProDeaf, pois acredita no potencial e inovação dessa tecnologia e tem interesse tanto na inovação social quanto em lucros futuros do projeto.

Sobre o ProDeaf
É um Software inédito para tradução de conteúdo em Português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), segunda língua oficial do país, falada por mais de 5 milhões de brasileiros. O ProDeaf é o projeto carro-chefe da empresa homônima, uma startup pernambucana de soluções em tecnologia assistivas, com o foco na – comunicação e integração social entre Surdos e ouvintes. Em linha com a missão da empresa, de permitir a quebra das barreiras de comunicação, o software apresenta soluções viáveis para o mercado corporativo e usuário final, realizando traduções de sites e vídeos para Libras e traduzindo, através de aplicativos gratuitos, o som falado para a língua de sinais em tempo real. Com operações em Recife (PE) e São Paulo, a empresa oferece ao mercado serviços diferenciados e orientados por qualidade, resultado e especialização. É uma startup acelerada da academia de inovação da Telefonica (Wayra) e parceira da Microsoft.

Fonte: F2 Conteudo

Seja Voluntário no CRER!

Olá, tudo bem?
Hoje, vou falar um pouco sobre o CRER –  Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo que a cerca de 7 anos tem sido muito importante na minha vida, por me  com excelentes profissionais competentes e qualificados como Fonoaudiólogos, Assistentes Sociais, Otorrinos que me ajudam a cuidar dos meus ouvidos.
 De acordo com a página oficial do CRER,  é um dinâmico hospital que oferece atendimento humanizado e especializado em reabilitação às pessoas com deficiência física e/ou auditiva, exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Desde sua fundação, em 2002, o CRER tem se firmado como referência pela lisura, responsabilidade e transparência.
Uma falha no CRER, é a deficiência em atender os pacientes de acordo com a hora marcada, e que demora bastante. Mas meu objetivo principal é falar do programa de voluntariado.

O projeto  de voluntariado do CRER, “Voluntários que Creem”, foi criado em 2005 a partir do compromisso e sensibilidade de pessoas dispostas a ajudar e oferecer atenção e cuidados aos pacientes do Hospital. O objetivo é contribuir com a população e dedicar tempo e esforços em tornar cada vez melhor a vida de quem mais precisa.

O voluntário do CRER não atua em áreas técnicas, estágio curricular ou de aperfeiçoamento, somente em ações sociais como Posso Ajudar, Recreação, Arteterapia, Corte de Cabelo, Manutenção de Cadeiras de Rodas, Apoio Espiritual e Oficina de Artesanato. O trabalho voluntário não é remunerado e também não possibilita ingresso ao quadro de colaboradores do Hospital.



Para se tornar voluntário do CRER alguns requisitos são necessários, como ter mais de 18 anos, condição e aptidão física para realizar o trabalho, estabilidade emocional, facilidade de comunicação, adaptação do trabalho em equipe, responsabilidade, discrição, comprometimento, dedicação ao trabalho e disponibilidade para, no mínimo, uma vez por semana.

A prática do voluntariado é uma atividade que beneficia ambas as partes envolvidas, além de promover um resultado potencialmente positivo para o voluntário, paciente e Instituição. Em breve, eu mesmo quero participar com quem sabe a Língua de Sinais.

Se interessou? Informações sobre o projeto  de voluntariado do CRER

: voluntariado@crer.org.br / (62) 3232-3054.

Conhece outras maneiras ou outros orgãos? Conte para gente.
Um grande abraço!

Ver é ouvir!

     Imagine-se num país estrangeiro, numa sala de vidro, à prova de som. Você nunca ouviu a língua falada local. Todos os dias, as pessoas do lugar vêm até você e tentam falar-lhe através do vidro. Você não consegue ouvir o que falam. Apenas vê o movimento dos seus lábios.
     Percebendo que você não as compreende, elas escrevem aquelas mesmas palavras num papel e lhe mostram através do vidro o que escreveram. Eles acham que você devia poder entender o que está escrito.
     Como acha que se sairia? Para você a comunicação seria, a bem dizer, impossível nessa situação. Por quê? Porque o que está escrito representa uma língua que você nunca ouviu. Essa é exatamente a situação da maioria dos surdos.

      Há muitos conceitos equivocados a respeito dos surdos e da língua de sinais. Vamos esclarecer alguns deles. Surdos podem dirigir automóveis. A leitura labial pode ser muito difícil para eles. A língua de sinais não tem nada em comum com o braile, e não é simples mímica. Não existe uma língua de sinais universal. Além disso, os surdos têm diferentes “sotaques” de uma região para outra.
      Os surdos conseguem ler? Embora alguns leiam bem, a vasta maioria dos surdos acha difícil ler. Por quê? Porque a página impressa origina-se de uma língua falada. Considere como uma criança com a capacidade de ouvir aprende uma língua. Desde o momento que nasce, ela está rodeada de pessoas que falam a língua local. Ela logo consegue combinar palavras e formar sentenças. Isso acontece naturalmente apenas por ouvir a língua falada.     
      Assim, quando crianças ouvintes começam a ler, é apenas uma questão de aprender que os símbolos negros na página correspondem a sons e palavras que elas já conhecem.

A língua de sinais é o meio de comunicação ideal para os surdos. A pessoa usa sinais para definir elementos no espaço ao redor de seu corpo. Seus movimentos nesse espaço e suas expressões faciais seguem as regras gramaticais da língua de sinais. Surge assim uma língua visual que possibilita transmitir informações aos olhos.
      De fato, quase todo movimento que um surdo faz com as mãos, o corpo e a face enquanto sinaliza tem significado. As expressões faciais não são feitas apenas para causar impacto dramático. São parte importante da gramática da língua de sinais. Para ilustrar: Uma pergunta feita com as sobrancelhas levantadas pode indicar tanto uma pergunta retórica como uma que exija sim ou não como resposta. As sobrancelhas abaixadas podem indicar perguntas, tais como: quem?, o quê?, onde?, quando?, por quê? ou como?. Certos movimentos da boca podem sugerir o tamanho de um objeto ou a intensidade de uma ação.     
     O modo como um surdo movimenta a cabeça, ergue os ombros, contrai as bochechas e pisca os olhos acrescenta sentido à idéia que está sendo transmitida.
Esses elementos se combinam para criar um banquete visual para os olhos. Com essa rica forma de expressão, os surdos que conhecem bem a língua de sinais estão equipados para transmitir qualquer conceito — do poético ao técnico, do romântico ao humorístico, do concreto ao abstrato.


Fonte: Biblioteca OnLine da Associação Torre de Vigia, artigo: w09 15/8 pp. 24-27.

Meu Mundo Inclusivo

             Gostaria de compartilhar com vocês, um dos trabalhos que  faço aqui Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e que eu gosto muito. Entre as várias atividades, tenho a oportunidade de ser Moderador de uma comunidade via intranet de Língua de Sinais, aqui nos Correios. Estamos fazendo 3 anos e até então, são 252 membros, 23 fóruns, 108 mensagens de fórum, 11 arquivos, 17 Notícias e 1 Questinonário.
              A comunidade aborda assuntos diversos sobre a Língua de Sinais e a Inclusão Social e surgiu em 2009, devido a contratação de Pessoas Com Deficiência Auditiva aqui na Regional de Goiás. Esta comunidade faz parte de um projeto que se iniciou devido a necessidade de compartilhar idéias e conhecimentos a grupos de empregados da empresa em todos o Brasil. Um dos fóruns que mais gostei foi o de esclarecimento de “mitos” relacionados a surdez e deficiências em geral, no qual vou compartilhar na íntegra todo o conteúdo aqui com vocês. Vamos começar? Farei a pergunta e responderei em seguida. Lembrando que as respostas corresponderão a minha opinião baseado nos conhecimentos que tenho e nas pesquisas que fiz sobre o assunto, quem discordar poderá deixar a crítica nos comentários:
  1. Vocês acham que as pessoas com deficiência usam a deficiência para justificar seus atos? R:Tirar proveito de uma situação não é uma característica inerente á deficiência; e a pessoa com deficiência não necessáriamente o fará. Entretanto sabemos que algumas culturas estimulam o sentimento de piedade das pessoas, em relação á pessoa com deficiência e esta, por consequência, pode incorporar esse tipo de atitude em seu comportamento. Se pararmos para refletir, podemos observar que, em vários momentos de nossa vida, procuramos justificar nossos atos, utilizando nossas fraquezas como argumento. O que se faz necessário, no âmbito das relações sociais, é mudarmos essa cultura, enquanto atores sociais em geral.
  2. Posso identificar as pessoas com deficiência, utilizando o termo “especiais”?  R: Ser especial não é uma característica inerente á pessoa com deficiência. A palavra “especial” passou a ser associada a pessoas com deficiência, na década de 80, com o intuito de substituir termos descritivos então usados, que adquiriram conotação depreciativa. Como o que realmente conta é a carga valorativa, associada ao termo, o termo especial, ainda carrega atualmente uma carga de desvalorização e de diminuição da pessoa com deficiência. 
  3. E os termo “PNE”, está correto? R: Tanto o termo “PNE – Portadores de Necessidades Especiais” quanto os termos “portador de deficiência”, “pessoa portadora de deficiência”,” não são mais utilizados. A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa. A pessoa não porta uma deficiência, ela “tem uma deficiência”. Tanto o verbo “portar” como o substantivo, ou adjetivo, “portadora” não se aplica a uma condição inata ou adquirida que faz parte da pessoa. Ou seja, a pessoa só porta algo que ela pode deixar de portar. Por exemplo, não dizemos que uma pessoa “é portadora de olhos verdes”, dizemos que ela “tem olhos verdes”. O termo correto é Pessoa com Deficiência, ou apenas PcD. Esse termo faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembléia Geral da ONU, em 2006 e ratificada no Brasil em julho de 2008.
Em breve terei o prazer de divulgar outros assuntos que foram discutidos na COPTEC.
Espero que tenham gostado, os que desejarem podem deixar seus comentários, críticas, dúvidas e sugestões de pauta. Agora chega de falar de mim. Como vão vocês?
                       

Compreendendo o “Mundo dos Diferentes”.

Minha vida:

        Nasci numa família onde todos eram ouvintes, mas no decorrer do tempo, alguns membros ficaram surdos. Segundo os médicos isso ocorre por motivos genéticos.  Aos meus doze anos eu e minha irmã descobrimos que também sofreríamos da perda auditiva. Nesta ocasião minha mãe, tias, primas e avós já estavam com dificuldades por causa da perda da audição. Desde então passamos a viver num mundo onde a classe majoritária é ouvinte, a partir daí lutamos para sermos compreendidos, compreender e ser aceitos apesar da nossa deficiência.

E acredite, nunca foi fácil. Sempre foi difícil, estudar numa escola regular ser aceito pelos colegas ouvintes e oralizados e não ser compreendido. Sempre foi difícil estar numa roda de amigos, numa lanchonete, num simples passeio num shopping e não conseguir entender o que está sendo dito ou ver as pessoas dando gargalhadas e não poder compartilhar deste momento alegre por não ouvir e entender o motivo da piada. E devido a deficiência auditiva tivemos que aprender uma língua gestual, hoje chamada de Língua Brasileira de Sinais. Por meio desta língua conseguimos “ouvir” e “falar”. E é através dela, que conseguimos falar e “ouvir” com as mãos.
Eu sou o Thiago, muito prazer. Tenho 27 anos, trabalho na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e gosto de ler, de ir ao cinema, jogar boliche, ouvir música e de fazer amizades duradouras e ajudar o próximo. E a partir de hoje, os leitores poderão acompanhar comigo, com minha família, com toda comunidade surda, pessoas com deficiência em geral, bem como familiares e profissionais de diversas áreas que acompanham a luta diária que temos com a vida apesar das barreiras impostas por ela. 
Haverá respostas as perguntas que nos intrigam. Por exemplo:
  • É correto afirmar que todos os surdos são mudos?
  •  Qual o motivo das pessoas surdas serem tão nervosas?
  • Se eu não souber comunicar através da Língua de Sinais, não poderei fazer amizades com os surdos?
  • Como posso lhe dar com pessoas com deficiência visual, física e intelectual?
        Aprenderemos a nos comunicar através da Língua de Sinais, descobriremos um novo mundo dessa Língua fascinante, esclareceremos nossas dúvidas sobre a surdez e sobre outras deficiências e síndromes diversas.
Espero que durante o tempo em que eu estiver aqui, que vocês possam ver as pessoas “diferentes” de outro modo e dar a estas o devido respeito e honra que elas merecem. Podem entrar contato comigo para esclarecer suas dúvidas, para chorar e desabafar, estarei sempre à disposição.
Para começar, aprenderemos o Alfabeto Datilógico da Língua de Sinais, conforme abaixo. Espero que gostem e aprendam.
Um grande abraço e até a próxima!