Obras táteis na super Pinacoteca De São Paulo



A Pinacoteca de São Paulo continua com tudo, e na última semana estive lá e trago para vocês como destaque, meios que possibilitam que pessoas com deficiência visual possam usufruir das exposições das obras de arte que fazem parte da história do Brasil e mundo.

Vamos conhecer uma delas?

O grande destaque deste post é a obra “Mulheres na Janela” – de Di Cavalcante, 1926.

Nota 10, sim ou com certeza? Parabéns a todos envolvidos com o projeto inclusivo, amamos!

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Dia internacional da Síndrome de Down: Comunicação Acessível

Hoje é o dia internacional da Síndrome de Down,

Gosto de pensar que um cromossomo a mais torna essas pessoas ainda mais lindas, queridas e especiais. Sei que hoje é um dia de lembrar as lutas para essas pessoas e suas famílias, mas também é um dia de glória, pois diante de tantas dificuldades, tem havido muitas vitórias. Por isso uma série de postagens sobre o assunto.

De todas as bandeiras do movimento e luta quanto a inclusão e acessibilidade está a comunicação. E quero direcionar este post para o respeito pela dignidade, pela independência, pela liberdade de fazer as próprias escolhas e pela autonomia individual das pessoas com deficiência, além de maior participação e inclusão na sociedade e pela a igualdade de oportunidades, conforme Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”, ratificada pelo Brasil em 2008.

Esse é o Asher, modelo infantil com Síndrome de Down. Imagem: Reprodução/Facebook/Kidswithdownsyndrome

Já que para que todos esses princípios se concretizem, o acesso à informação é fundamental. E é necessário tornar a comunicação acessível, isso significa adaptar as informações, para que todas as pessoas, inclusive aquelas que tenham alguma deficiência, possam ter plena compreensão de seu conteúdo. As adequações devem ser feitas tanto na forma quanto no conteúdo da mensagem. Também é necessário colocar legendas em materiais audiovisuais, imagens e fotografias é possível que as pessoas com síndrome de Down e outras deficiências intelectuais adquiram conhecimento sobre si mesmas e sobre o mundo que as envolve.

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Ver é ouvir!

     Imagine-se num país estrangeiro, numa sala de vidro, à prova de som. Você nunca ouviu a língua falada local. Todos os dias, as pessoas do lugar vêm até você e tentam falar-lhe através do vidro. Você não consegue ouvir o que falam. Apenas vê o movimento dos seus lábios.
     Percebendo que você não as compreende, elas escrevem aquelas mesmas palavras num papel e lhe mostram através do vidro o que escreveram. Eles acham que você devia poder entender o que está escrito.
     Como acha que se sairia? Para você a comunicação seria, a bem dizer, impossível nessa situação. Por quê? Porque o que está escrito representa uma língua que você nunca ouviu. Essa é exatamente a situação da maioria dos surdos.

      Há muitos conceitos equivocados a respeito dos surdos e da língua de sinais. Vamos esclarecer alguns deles. Surdos podem dirigir automóveis. A leitura labial pode ser muito difícil para eles. A língua de sinais não tem nada em comum com o braile, e não é simples mímica. Não existe uma língua de sinais universal. Além disso, os surdos têm diferentes “sotaques” de uma região para outra.
      Os surdos conseguem ler? Embora alguns leiam bem, a vasta maioria dos surdos acha difícil ler. Por quê? Porque a página impressa origina-se de uma língua falada. Considere como uma criança com a capacidade de ouvir aprende uma língua. Desde o momento que nasce, ela está rodeada de pessoas que falam a língua local. Ela logo consegue combinar palavras e formar sentenças. Isso acontece naturalmente apenas por ouvir a língua falada.     
      Assim, quando crianças ouvintes começam a ler, é apenas uma questão de aprender que os símbolos negros na página correspondem a sons e palavras que elas já conhecem.

A língua de sinais é o meio de comunicação ideal para os surdos. A pessoa usa sinais para definir elementos no espaço ao redor de seu corpo. Seus movimentos nesse espaço e suas expressões faciais seguem as regras gramaticais da língua de sinais. Surge assim uma língua visual que possibilita transmitir informações aos olhos.
      De fato, quase todo movimento que um surdo faz com as mãos, o corpo e a face enquanto sinaliza tem significado. As expressões faciais não são feitas apenas para causar impacto dramático. São parte importante da gramática da língua de sinais. Para ilustrar: Uma pergunta feita com as sobrancelhas levantadas pode indicar tanto uma pergunta retórica como uma que exija sim ou não como resposta. As sobrancelhas abaixadas podem indicar perguntas, tais como: quem?, o quê?, onde?, quando?, por quê? ou como?. Certos movimentos da boca podem sugerir o tamanho de um objeto ou a intensidade de uma ação.     
     O modo como um surdo movimenta a cabeça, ergue os ombros, contrai as bochechas e pisca os olhos acrescenta sentido à idéia que está sendo transmitida.
Esses elementos se combinam para criar um banquete visual para os olhos. Com essa rica forma de expressão, os surdos que conhecem bem a língua de sinais estão equipados para transmitir qualquer conceito — do poético ao técnico, do romântico ao humorístico, do concreto ao abstrato.


Fonte: Biblioteca OnLine da Associação Torre de Vigia, artigo: w09 15/8 pp. 24-27.