Hoje é mais um dia de relatar experiências tristes que tive no dia a dia recentemente. Mas antes do relato, quero convida-los a ler o primeiro desabafo:
Pois bem, a palhaçada e inconsequência com os direitos de acessibilidade não tem fim, tanto é que recentemente quando fui convidado para comparecer numa reunião presencial no meu trabalho, informei que não consigo tirar proveito/ participar caso não haja interprete de Libras, o que no caso é um direito previsto por lei. Me foi respondido que era para comparecer e que eu teria a ajuda.
Chegando lá, havia uma pessoa da gerencia que tinha algum conhecimento em Libras, é verdade. Ele tirou a máscara alegando que seria bom para me ajudar a fazer a leitura labial introduziu a reunião oralmente e a cada 10 palavras e fazia um sinal em Libras. Concluiu e saiu em seguida. O restante da reunião foi com outra pessoa, que ficava praticamente sentada de costas para mim, mexendo no computador e apresentando os slides, aí eu me perguntei: Qual foi a ajuda que eu recebi?
No TJMT os surdos recebem apoio com o projeto INCLUSÃO NO JUDICIÁRIO. Foto: TJMT
É muito importante registrar o quanto magoa, restringe e discrimina o surdo este tipo de ajuda. Tratar a acessibilidade, mesmo que “meia boca” como um favor é questionável. Mais uma vez me pergunto: Até quando?
Está na hora da empresa agir de forma diferente, e agir de modo que a discriminação velada seja coisa do passado.
Hoje vou iniciar essa série. Um diário em que falo o que der na telha, o que sinto e o que penso, e realmente o que precisa ser dito.
E querem saber? Estou realmente cansado, frustrado e mais uma série de palavras relacionadas.
A falta de acessibilidade no Brasil não é pra amadores, e o preconceito e a desinformação reina absolutamente com sua grandeza, orgulho e incompetência. Digo isso, principalmente de pessoas ligadas ao setor de recursos humanos no meu trabalho, que tem uma cabeça tão pequena, e uma vontade menor ainda de me ajudar a crescer na empresa como ser humano e profissional surdo.
Muitas vezes parece que muitos escolhem a segunda opção: SER INCOMPETENTE. Imagem: Reprodução da Internet
Estou lá a 15 anos, entrei como surdo, na vaga determinada pela lei para pessoas com deficiência. Mas na época minha perda auditiva não era tão ruim como agora, mas eles não são capazes de compreender isso.
Quando na convocação ficamos por quase 3 meses em curso preparatório exigido para o cargo em Belo Horizonte, e já iniciei minha jornada inclusiva na empresa discriminado, a justificativa era que não podia ter interprete pois ainda não éramos funcionários (havia outro surdo na turma).
E agora, 15 anos depois, o vexame prevalece, e o preconceito velado na empresa ainda existe, e hoje tenho que provar que sou surdo e realmente preciso de interprete para reuniões e cursos.
Me sinto explorado, e descartado, como se anos de trabalho duro não valesse a pena, e viro piada para os profissionais de Rh e para colegas de trabalho quando peço mais compreensão e acessibilidade.
O post de hoje é sobre nomecleatura do mundo surdo:qual é o termo mais correto, deficiente auditivo ou surdo?
Nenhuma das duas é mais certa, porque nenhuma das duas é exatamente errada! E vou te explicar qual é a diferença entre ser uma pessoa surda ou com deficiência auditiva de forma fácil e breve.
A diferença entre “Deficiente Auditivo” e “Surdo”
Do ponto de vista clínico, o que difere surdez de deficiência auditiva é o grau e/ou profundidade da perda auditiva. As pessoas que têm perda profunda, e não escutam nada, são surdas. Já as que sofreram uma perda leve ou moderada, e têm parte da audição, são consideradas deficientes auditivas. Porém, levar em conta só a perspectiva clínica não é suficiente, já que a diferença na nomenclatura também tem um componente cultural importante: a Língua Brasileira de Sinais.
Imagem: Reprodução
A importância da Libras para os surdos
Para quem não sabe, a Libras é uma língua (e não uma linguagem) reconhecida por lei no Brasil e possui estrutura e gramática próprias. Por ser uma língua visuoespacial, ela é um muito mais fácil de ser aprendida pelos surdos e por isso é o primeiro idioma da comunidade surda no país. E é aí que entra o aspecto cultural na diferenciação entre surdos e deficientes auditivos. O fator preponderante para a escolha de um ou outro termo éa participação na comunidade surda. As pessoas que fazem parte da comunidade se identificam como surdas, enquanto as que não pertencem a ela são chamadas de deficientes auditivas. Sob essa perspectiva, a profundidade da perda auditiva passa a não ter importância, já que a identidade surda é o que define a questão.
Para os surdos, a surdez não é uma deficiência – é uma outra forma de experimentar o mundo. Mais do que isso, a surdez é uma potencialidade, que abre as portas para uma cultura própria muito rica, que não se identifica pelo que ouve ou não. Na comunidade surda não há “perda auditiva”, mas sim um “ganho surdo”.
Mas na dúvida, você pode perguntar para a pessoa em especifico como ela prefere ser chamada.
Acabei de receber a informação que a o Magalu, tem um novo canal de atendimento exclusivo em Libras. É isso mesmo, a partir de agora, o consumidor poderá realizar atendimento pós-venda por vídeo-chamada, com uma equipe formada majoritariamente por surdos treinados exclusivamente para atender clientes em Libras.
De acordo com Gabriela Tornich, assessora de Impressa da marca, a iniciativa, é uma parceria com a startup Pessoalize, e tem como objetivo facilitar o acesso à informação e atuar de forma resolutiva e direta com a comunidade surda que faz uso da Língua Brasileira de Sinais.
Não fiz o teste de atendimento, mas entrei no site para saber onde fica a opção:
“Este projeto está sendo muito importante. Nós surdos sofremos tantas barreiras por conta da acessibilidade, e agora ter essa oportunidade é um sentimento libertador, pois não precisaremos ficar dependendo de outras pessoas para resolver os nossos problemas. Agora, nós mesmos podemos resolver. Ter esse tipo de oportunidade de trabalho onde ouvintes e surdos trabalham em conjunto é gratificante, nos sentimos incluídos, compartilhando as mesmas coisas, aprendendo juntos. Isso sim, é igualdade”, relata Nicolly Neves, surda e integrante da equipe do atendimento em Libras do Magalu.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 10 milhões de cidadãos com deficiência auditiva. O novo canal se sustenta em uma das missões do Magalu, a excelência em atendimento. “Oferecer este serviço em Libras é mais um passo da empresa para inclusão e acessibilidade. Queremos nos adaptar integralmente e sermos cada vez mais eficientes para todos os nossos clientes” afirma Ricardo Querino, gerente de Atendimento ao Cliente do Magalu.
A Pessoalize, startup de atendimento digital, foi escolhida para fazer parte da construção do projeto, pois é especialista em experiência digital inclusiva. “Nossa missão é conectar marcas e pessoas de forma humanizada, integrativa e inteligente, reduzindo as barreiras digitais de comunicação. Em parceria com a comunidade surda, construímos uma solução resolutiva, tornando o atendimento acessível de verdade.” afirma Joseph Lee Kulmann, CEO da Pessoalize.
Alguns consumidores já utilizaram o canal com a opção de atendimento em Libras. É o caso de Cíntia Santos de Oliveira, de Fortaleza-CE, que experimentou o serviço no dia 5 de janeiro: “Eu me senti emocionada quando do outro lado da tela surgiu uma pessoa para se comunicar comigo em libras. Essa nova opção de atendimento do Magalu tem uma importância muito grande, afinal, quebra muitas barreiras e torna o atendimento mais acessível. A partir de agora eu não vou mais depender de familiares ou de amigos para interagir com a empresa. Me sinto mais leve e segura”.
O serviço já está disponível, basta entrar no site do Magalu, clicar em “Atendimento” e depois selecionar “Libras”. Lá, o cliente será direcionado para receber atendimento de um agente fluente em Libras. O horário de atendimento desse novo canal é de segunda à sexta-feira, das 9h às 18h, não sendo necessário o agendamento prévio. Além do atendimento em Libras, temos os canais de texto (chat, e-mail e redes sociais) para os surdos que preferem se comunicar por escrito em português.
Parabéns Magalu, que sejam exemplos para outras empresas!
Depois de muitas Entrevistas já publicadas, hoje daremos continuidade a série com a primeira mulher surda.
E a nossa personagem é a Jéssica Carrijo, ela é forte, resiliente e super inteligente.
Ela natural de Mineiros, uma cidade do interior de Goiás. Região do Centro-Oeste do país.
Jéssica Carrijo – Foto: Arquivo Pessoal
A frente do tempo, e cheia de esperanças apesar de todas as dificuldades devido a perda auditiva, Jéssica se formou em Engenharia Civil e luta nas redes sociais por mais acessibilidade, inclusão e respeito a causa surda. Vamos conhecê-la?
Você nasceu surda?
Não, nasci ouvinte. Depois de um ano e seis meses de idade comecei a ter perda auditiva em ambos os ouvidos, após de um ano e oito meses de idade fui diagnosticada como surda profunda bilateral.
Como foi o processo de tratamento a surdez?
Fiz sessões de fonoaudiologia a partir dos 6 anos de idade, para poder melhorar a minha fala. Não gostava muito de ir, mas hoje entendo que era necessário, pois consigo oralizar minha família e amigos que não sabem Libras.
E a libras, quando começou a utiliza-la?
Eu tinha 5 anos de idade quando comecei aprender e descobrir que a Libras é a minha primeira língua, mas me comunicava apenas dentro da escola e não em casa, pois naquela época faltava esclarecimento sobre este tipo de comunicação.
Não deve ter sido fácil, e acho que muitos surdos, assim como eu sofrem por falta de informações. Você passou por algum tipo de preconceito?
Sim, já sofri preconceito por ser surda, por me achar incapaz, por me excluir e entre outras negatividades.
Pessoas preconceituosas nunca irão saber o que é sentir na pele de surdos quando sofrem pela realidade no meio da sociedade. Eu desejo muito que estas tenham mais empatia e sensibilidade aos próximo.
Ainda assim, você não desistiu. Como foi sua educação?
Me formei em Engenharia Civil e sou especializada em Tradução e Interpretação de Libras. Durante a graduação tive a ajuda de Intérpretes de Libras. Inclusive uma delas me acompanhou por 3 anos e meio, mas por conta da teve que ser substituída, e sofri, pois tive várias trocas de Intérpretes de Libras e sinto que isso me prejudicou muito.
Mas valeu a pena saber dessas experiências para conscientizar, aliás, aprendi muita coisa e sou a grata a Deus por ter concluída a graduação e por tudo que vive e aprendi.
Quais seus planos e sonhos para p futuro?
Quero viajar bastante, conhecer outras culturas no Brasil e no mundo. E também continuo estudando e buscando por mais igualdade e respeito para os surdos. E sei que o mundo vai ser melhor.
E o que você quer para o mundo hoje?
O que eu quero é que todas as pessoas tenham mais respeito e mais empatia aos próximo. Se todos pudesse aprender Libras, facilitaria muito a comunicação. Todos nós somos iguais, a diferença é a comunicação, mas há estratégia para que o mundo seja mais inclusivo. Então basta cada um aprender.
Obrigado pela disposição Jéssica, muito feliz por saber um pouco de sua história. Muitas bençãos e vitórias em sua vida, um grande abraço!
Encontrei uma matéria super legal sobre o uso das máscaras e as dificuldades que nós surdos encontramos. Gostei muito, pois é um assunto que já falei no Instagram e ainda sofro. Espero que gostem:
Mariana Gonzalez
De Universa, em São Paulo
Sei que sou surda desde os 10 anos, quando recebi o diagnóstico, mas foi durante a pandemia do coronavírus que entendi o que realmente significa essa perda auditiva — moderada de um lado, severa do outro. Explico: não entendo todos os sons com clareza e sempre dependi da leitura labial para me comunicar. Como nos últimos meses as bocas estão sempre cobertas por máscaras, a comunicação ficou comprometida.
Se até o início deste ano eu pensava que a deficiência fazia apenas com que eu ouvisse um ou dois tons mais baixo, agora percebi que mal consigo distinguir uma palavra da outra só pelo som. Sem poder ler os lábios, fui desenvolvendo outras técnicas para me comunicar. Tive que reaprender a ser surda 13 anos depois do diagnóstico.
Nos primeiros sete meses de pandemia, só saí de casa para ir ao mercado. Acabei decorando a ordem das perguntas no caixa: “Precisa de sacola?”, “CPF na nota?” e “débito ou crédito?”. Já aconteceu de responder “débito” para a pergunta da sacola, mas tudo bem. No Uber, é mais complicado: além de sentar atrás do motorista e não conseguir fazer leitura labial nem pelo retrovisor, já que ele está de máscara, entram em cena todos os barulhos do trânsito de São Paulo. Tem que pedir para repetir, repetir de novo, até entender. Em um café ou restaurante, a mesma coisa, principalmente quando outras pessoas estão conversando no local.
Esse é um problema que eu compartilho com 466 milhões de pessoas que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), têm perda auditiva.
Paula Pfeifer, autora do livro “Crônicas da Surdez” e criadora do projeto Surdos Que Ouvem, me contou que são incontáveis os relatos de perrengues que ela ouviu desde março de outras pessoas surdas como nós — alguns bem mais sérios do que não conseguir pedir um café. “E profissionais de saúde que se viram sem entender os pacientes, professores sem entender seus alunos, e por aí vai”, diz. “Além disso, tem um desconforto físico: quem usa aparelho e óculos, agora precisa que a orelha sustente a máscara. É muito, muito ruim”, diz Paula Pfeifer, autora do livro “Crônicas da Surdez” De fato: o elástico da máscara engancha com frequência no aparelho auditivo e chega a incomodar a orelha.
Alternativas são mais caras
Imagem: Pryscilla K./UOL
Há dois meses, publicamos aqui em Universa uma entrevista com a diretora Benedita Casé Zerbini, que também é surda. Ela me falou sobre o misto de vergonha e preguiça de pedir para alguém repetir o que disse — o que eu também sinto, especialmente a parte da preguiça. Mas falou, também, sobre a importância de explicar para as pessoas próximas como elas podem facilitar essa comunicação; no meu caso, falar da forma mais clara possível e sempre de frente para mim, além de repetir se for necessário. Uma alternativa à qual Benedita e outras pessoas surdas estão recorrendo durante a pandemia é a máscara transparente — parecida com a comum, mas feita com material que permite que a pessoa surda faça a leitura labial.
Essa, aliás, é a recomendação das autoridades. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo reconheceu que “a expressão facial é parte da comunicação” e confirmou que as máscaras com visor podem ser usadas em todas as situações em que o uso de máscaras é indicado. O Ministério da Saúde, por sua vez, confirmou que a “máscara inclusiva” é uma alternativa para os surdos durante a pandemia.
Em uma busca rápida na internet, no entanto, é notável que a versão transparente tem preço mais alto: enquanto o preço da versão comum, de tecido, gira em torno de R$ 10, a máscara transparente mais barata que encontrei custava R$ 30. As poucas opções disponíveis por menos que isso são importadas de fora do Brasil e demoram alguns meses para chegar. Uma solução foi proposta pela Secretaria Municipal de Saúde, por e-mail: “A máscara pode ser confeccionada pelo próprio usuário, podendo ser de pano ou de outro material, conforme as orientações da Anvisa”.
Eu ainda não testei, mas Paula Pfeifer me contou que essas máscaras transparentes nem sempre funcionam: “Recebi inúmeras de presente durante a pandemia mas não me adaptei a nenhuma. Elas embaçam, esquentam, e eu não consigo respirar direito com aquele plástico. Mas são a única solução até agora”. Se antes do vírus e das máscaras, quem tem perda auditiva tinha que se adaptar evitando um bar com luz baixa e música alta, por exemplo, agora os desafios são maiores. E, entre a vontade de socializar (com segurança, claro) e o trabalho de pedir para o interlocutor repetir ou falar mais alto, muitas vezes opto por não interagir, e acredito que outros surdos façam o mesmo, pelo menos enquanto.
O uso obrigatório das máscaras faciais proporciona proteção em tempos de pandemia do novo coronavírus – COVID19.
Mas, ao mesmo tempo, é um desafio para a comunicação de pessoas surdas, já que o item cobre a boca e impede a leitura labial.
Uso da proteção dificulta leitura labial e das expressões, dizem pessoas com deficiência auditiva.
Embora a grande maioria tem se esforçado para usa-la e obedecer o decreto para minimizar a contaminação do COVID-19, está sendo bem difícil entender o que é dito nos serviços necessários para minha vida. Eu mesmo já tive várias situações em que eu não conseguia entender a pessoa: minha diarista, uma recepcionista do psiquiatra, e até uma fonoaudióloga.
Mas já algum tempo bem antes da pandemia, alguém inventou a máscara com material transparente, de modo que um surdo seja capaz de fazer a leitura labial, caso este ache assim importante.
E encontrei várias pessoas de bom coração e que se preocupam com a dificuldade dos surdos em entender o que é dito devido as máscaras, e adotaram a ideia das mascaras com “visor” transparente. Olha só a equipe Emily e Igor:
E a parte mas legal é que a cada duas máscaras vendidas, eles doarão uma, para que não tem condições de comprar. Legal né? Clique aqui para ver o vídeo do Igor falando do projeto. E aqui para assistir o da Emily que também está no instagram “Mãos que rompem o silêncio”, e tem ajudado outros a aprenderem libras.
Se você já acompanha o Blog do Hugo, deve ter percebido que a gente ama compartilhar notícias boas! Mas se é novo por aqui, te convidamos a ler esse e outros textos que contam histórias inspiradoras da cultura e vitórias da comunidade surda.
Há algum tempo estamos acompanhando a luta do João Avião, o primeiro piloto surdo do Brasil. Ele fundou a Associação Nacional de Aviação de Surdos (ANAS), a primeira na América do Sul, para que pilotos surdos ganhassem visibilidade e pudessem operar voos comerciais no Brasil. Desde sua fundação, projetos foram apresentados para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e até para órgãos internacionais como a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Projetos estes que não são apenas voltados para beneficiar os pilotos surdos, mas também para garantir a saúde auditiva e direitos do piloto ouvinte.
Dados tantos esforços, uma grande conquista já pode ser comemorada! No dia 04 de dezembro de 2019 foram publicadas duas emendas a regulamentos da ANAC, que passaram a permitir a atuação de pilotos surdos na aviação civil brasileira! Assinadas pelo presidente da Agência, José Ricardo Botelho, elas alteram os regulamentos RBAC-61 e o RBAC-67 que abordam questões sobre licenças, habilitações e exames médicos para os pilotos do Brasil.
Antes do primeiro voo, o profissional deverá ser submetido e aprovado em um exame prático especial por modelo de aeronave, para verificação da capacidade do candidato em reconhecer a perda de potência ou falha de motor e emergências com um trem de pouso retrátil.
O piloto surdo não poderá atuar em aeroportos controlados ou internacionais e também com o transporte remunerado de passageiros. No entanto, eles poderão atuar nos voos em que aeronaves não necessitem do uso de rádios para comunicações bilaterais, e em sua licença e certificados deverão conter a observação: “Não válido para voos que requeiram a utilização de rádio comunicação”. Isso significa que eles poderão atuar em áreas em que o uso desse tipo de equipamento nas aeronaves não seja necessário, trabalhando, por exemplo, como Piloto Agrícola, o que antes não era permitido.
Essas alterações, que podem parecer pequenas, mas que representam um grande avanço da aviação brasileira, devem ser celebrada por todos nós. E a luta não para por aí! João está batalhando para que os pilotos possam ser reconhecidos na aviação em todos os países do mundo, tendo permissão e liberação como profissionais.
A gente já deu primeiro passo aqui no Brasil! E quem sabe não poderemos ver mais surdos ocupando lugares que antes não tinham espaço ou em que pessoas acreditavam que eles não seriam capazes. Ainda existe muita exclusão, mas conquistas como essa aquecem nossos corações e nos fazem refletir que a mudança depende de nós.
O mês de março já começou, e muitos meios de comunicação costumam lembrar da luta das mulheres, por direitos iguais. O nosso blog não fica de fora, tanto é que encontrei muitas postagens sobre grandes mulheres surdas que são exemplos para todos nós.
Mas antes falar individualmente de cada exemplo, é importante lembrar que os direitos das mulheres surdas são os mesmos de todas as outras mulheres, e que a visão da mulher surda como diferente da mulher ouvinte e da mulher deficiente, visto ela ser usuária de língua de sinais e necessitada de comunicação visual.
Tanto é que o site Por Sinal, registra que a política para as mulheres surdas é uma política linguística que exige a presença de um intérprete de Libras nas escolas e universidades, em setores de saúde, delegacias de mulheres, legendas em filmes, filmes em língua de sinais.
E longe do mundo ideal, 8 corajosas mulheres surdas ficaram na história da igualdade e inclusão. Vamos conhecê-las?
E de fato, diariamente estamos rodeados de mulheres surdas e ouvintes que destacam e lutam para um mundo melhor.
O único modo de comunicação do bebê, a voz, pode não ser ouvida por pais surdos. E se antes não tínhamos solução para isso, a tecnologia vem parar mudar tudo para sempre – tornando a conexão entre pais e crianças mais forte.
De acordo com o Hypeness Um grupo de engenheiros brasileiros do Instituto Mauá está desenvolvendo uma pulseira que avisa pais surdos quando o bebê está chorando.
O ‘Projeto Silence’ apresenta como solução um par de pulseiras integradas por wi-fi e bluetooth capazes de, através da vibração, transmitir a intensidade do choro de crianças para o quem está cuidando do pequeno ou da pequena.
A tecnologia, ainda está em fase de desenvolvimento, parece um simples smartwatch. Os microfones embutidos e uma vibração suficiente para acordar um adulto enviam informaçõessobrechoro e sua intensidade.
“Muitos pais têm medo de não ouvir o choro de seu bebê durante a noite. E quando os pais têm algum tipo perda auditiva?”, é a premissa da ideia, conforme registrado nas redes sociais do projeto.
Além da questão sonora, o Silence conta um localizador por GPS. Segundo um dos criadores, se trata de uma função que surgiu de uma demanda na vida real.
“Decidimos incluir o rastreador, porque em uma das palestras que fomos para a comunidade surda, um filho ouvinte de surdos nos contou do dia em que seus pais o perderam no shopping quando era criança. Ele falou sobre a dificuldade que foi para os pais reencontrá-lo porque não encontraram seguranças que falassem libras e não conseguiam pedir ajuda. O GPS poderia ajudar em uma situação como essa”, disse Carlos Peres à Revista Crescer.